TELEVISÃO E CELULAR

TELEVISÃO E CELULAR

Os avanços tecnológicos trouxeram facilidades e praticidade para o dia a dia do ser humano. Além de mero entretenimento, a televisão possibilitou a comunicação a nível global, pronunciamentos de autoridades, a divulgação de notícias nacionais e internacionais, documentários, programas educativos e a propaganda de produtos. O celular permite a comunicação à distância e os aparelhos acoplados à televisão reproduzem músicas, vídeos, filmes e animações. O computador revolucionou a produtividade nas empresas e a internet permite o envio de documentos e cartas com mais rapidez que os correios, além da comercialização de produtos, as conferências simultâneas em várias partes do mundo e as negociações e transações comerciais. As telas de televisão e celulares tiveram os seus horários saturados e explorados pela ganância, influenciando o consumismo e afetando a qualidade dos programas.

A maioria dos desenhos animados não são para crianças, porque mostram competição e violência. Durante a fase infantil que ainda desenvolve a base emocional, competir gera conflitos interiores. A criança não tem maturidade suficiente para lidar com escolhas e sentimentos, ela quer ser boa e não consegue ainda lidar com perdas e fracassos. Aliás, nem mesmo a maioria dos adultos sabe como fazer isso. O ser humano age conforme o que está sendo alimentado em sua mente. Se o que ele assiste constantemente são programas com discórdias e violência ou terror, a sua mente entenderá que as suas atitudes devem ser conforme o que a está alimentando, ou seja, conforme os exemplos de atitudes que presencia nas telas. Se passarmos tempo assistindo vídeos sobre receitas, teremos vontade de cozinhar. Se assistimos sobre as grandes invenções criadas para beneficiar a humanidade, alimentaremos a nossa esperança de um futuro melhor, ao passo que, se o que vemos são as invenções que são usadas para matar seres humanos, o medo de morrer tomará conta da nossa mente. O inventor do avião se suicidou quando viu que a sua invenção estava sendo usada nas guerras para jogar bombas, matando seres humanos e destruindo cidades. Ele apenas queria que as pessoas pudessem ir de um continente a outro e descobrir novas terras e reunir famílias. Mas as mentes gananciosas e invejosas queriam o poder a qualquer custo, não se importando com a matança de famílias inteiras, inclusive bebês, crianças, jovens e idosos. Milhões de famílias choram a perda de seus filhos enviados ao fronte, nas guerras e se esforçam em pensar que morreram pela honra de defender o seu país, enquanto os seus corações gritam o quanto a guerra é estúpida e desnecessária.

A minha família foi dividida por uma guerra: um país do norte da África que gritou por independência, pois era colonizada por um país europeu. E quando a independência foi declarada, dois milhões de pessoas que ali nasceram, enquanto colônia europeia, foram ameaçadas de morte, se não deixassem imediatamente o país, largando as suas conquistas, casas, plantações e pertences. Duas malas é o que estavam autorizados a levar e nada mais. Ao chegarem à Europa, em seu país de origem, foi lhes dito pelo então presidente em exercício que não havia lugar para todos e que deveriam procurar oportunidades em grandes países como a Austrália, o Canadá ou o Brasil. Ser separado contra a sua vontade de sua família causa danos psicoemocionais profundos. Alguns não superam a dor e vivem constantemente buscando algo que possa lhes trazer de volta a alegria que perderam. Aqueles que encontram a Jesus Cristo podem ser verdadeiramente libertos e não apenas superficialmente, contando com o próprio esforço para sobreviver. Depender da Trindade é a melhor decisão que o ser humano pode tomar em sua vida aqui na Terra, para ter acesso ao Céu e à nova Terra pela eternidade. Nós somos seres tripartites: corpo, alma e espírito e o nosso espírito é eterno. Onde passaremos a eternidade depende da escolha que fizermos aqui.

Cada ser humano nasce com um potencial, algo em que é muito bom e, se lhe for permitido, descobrirá que seu dom pode ser usado para benefício da humanidade, conforme a vontade de Deus. As brincadeiras de criança devem ajudar a socialização, ensinando a se relacionar umas com as outras e não a competir para saber quem é melhor. Ridicularizar ou humilhar uma criança em público gera conflitos internos e distúrbios psicoemocionais para a sua vida.

As perturbações da alma são geradas na infância. Criança precisa ser criança e é dever dos adultos lhes dar uma infância a mais saudável e feliz possível. A criança ainda pequena não tem maturidade emocional para entender o sentido de perder e ganhar na brincadeira. Ela precisa fortalecer sentimentos como autossegurança, autovalorização, autoaceitação e autoestima para depois conseguir aprender a perder sem se desvalorizar e ganhar sem se ensoberbecer e ter apenas a alegria de participar de algo com os outros. Cada ser humano tem algo que sabe fazer melhor que precisa ser motivado e incentivado, o que torna as competições sem sentido e impróprias para a infância.

Deixar a criança fazer tudo o que ela quer ou não deixá-la participar de nada, não condiz com uma infância feliz: ela não aprende sobre o equilíbrio de não poder ter sempre o que quer porque os outros também precisam ter parte na brincadeira e a alegria de ter feito um esforço para ganhar ou não, pois o que importa é a participação. A criança que controla a situação quando pequena cresce com um sentimento de poder, achando que ela pode fazer tudo o que quer. Ao se tornar um adulto, tendo a convicção de que pode fazer tudo o que quer porque foi o que lhe ensinaram, será discriminado pelos outros, sem entender por que não pode fazer o que quer, pois, quando pequeno, acostumou-se a fazer todas as suas vontades. Aqueles a quem nada foi permitido quando criança, crescerão com o sentimento de que nada é permitido para eles.

A televisão foi inventada para o entretenimento e como meio de comunicação e educação. Tristemente com o tempo, a televisão tornou-se um instrumento de comércio e o consumismo, aos poucos se infiltrando nos lares, desestabilizou os relacionamentos familiares: as promessas de compra debaixo de chantagem (“se você quer este brinquedo, tem que obedecer!”), os noticiários como poderosas armas de depressão atacando, com seu sensacionalismo, as pessoas sensíveis e inseguras ou outras obcecadas em saber tudo o que acontece no mundo para estarem “preparadas” para qualquer eventualidade. Na verdade, alimentar a mente com tragédias, homicídios, crimes ou discussões políticas fazem enxergar um mundo de trevas ao ponto de realmente pensar que este mundo não vale mais a pena. Mas Deus nos enviou o Seu Filho!

Deus ensina em Sua Palavra a alimentar a mente com coisas que são do alto, dos Céus, com aquilo que vem de Deus. Com uma mente fundada nos ensinamentos da Palavra, o ser humano consegue visualizar um mundo repleto de oportunidades e, com Deus, viver uma vida plena. Ensinar aos filhos desde pequenos que Deus tem um propósito especial para a vida deles é um grande gesto de amor.

Ao selecionar o que os filhos assistem na televisão, nós evitamos que desenvolvam sentimentos nocivos através dos exemplos das personagens ou dos atores. Podemos observar a criança, quando assiste a programas de competição e violência, agindo da mesma forma que as personagens: ela corre e grita com certa agressividade no falar. A criança agirá conforme o que foi alimentado em sua mente. A televisão pode ser um instrumento educativo se selecionarmos cuidadosamente os programas em redes abertas ou internet. Escolher desenhos e programas educativos que mostram atitudes importantes com valores e princípios, que ensinam a cooperar, a fazer o bem, que ensinam a perdoar e a conhecer a Palavra de Deus são bons exemplos. Ao eliminar, na infância, os programas que mostram competição e violência, nós contribuímos com a construção de uma base emocional positiva, ou seja, com o desenvolvimento dos sentimentos de segurança, valorização, aceitação e estima, em relação a si mesmo e aos outros.

Pais zelosos selecionam os próprios programas que assistem quando as crianças estão presentes no ambiente. Proporcionar ocupações para as crianças, conforme a faixa etária, em um ambiente adaptado a elas, demonstra a maturidade espiritual dos pais. O papel de pais consiste em, por certo tempo, fazer escolhas considerando os filhos e em privar-se de certas vontades próprias. Esta forma preventiva de educação resulta em filhos felizes e seguros por não absorverem o que faz mal à mente: bebês e crianças desenvolvem o bem que existe dentro deles (por não ter o exemplo do mal) e se tornam fortes para lidar, na sociedade, com pessoas volúveis, abusadoras ou manipuladoras, porque tais atitudes irão contra os seus princípios e eles já terão crescido o suficiente para se defender do mal ou procurar ajuda para aprender sobre a nova situação que não lhes parece correta. O cuidado em manter os filhos de zero a sete anos longe de maus exemplos reflete consideravelmente no comportamento, tanto na infância quanto na adolescência.